Ministro do Trabalho e Emprego volta a criticar taxa básica de juros
O mercado formal registrou quase 150 mil novos postos de trabalho em maio e atingiu um novo recorde, de mais de 48 milhões de empregos com carteira assinada no país. Os dados são do Caged, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), divulgados nesta segunda-feira (30).
Marinho critica alta taxa de juros
O ministro Luiz Marinho comemorou o resultado, mas ressaltou que o crescimento do emprego no país vem sendo travado pela alta taxa de juros definida pelo Banco Central, que subiu para 15% neste mês:
“Se percebe que nós estamos numa velocidade inferior à do ano passado. Quem sabe isso deixa o pessoal do Banco Central feliz, possa iniciar um processo de redução de juros. Então, assim, eu já chamava atenção, nos dois meses anteriores, desse processo, que a velocidade do crescimento desse ano está aquém das possibilidades, especialmente a partir do papel dos juros, e cada vez mais se reforça isso. Então, acho que esse é um parâmetro para o Banco Central poder olhar e, quem sabe, desarmar a armadilha que lá existe”.
Maioria das vagas foi ocupada por jovens
Luiz Marinho também destacou que, dos 150 mil novos postos de trabalho criados em maio, 124 mil, ou seja, 83%, foram ocupados por jovens até 24 anos. Segundo o ministro, esse resultado mostra que o jovem tem, sim, interesse no trabalho com carteira assinada:
“Derruba por terra essa certeza de muita gente que diz: ‘Os trabalhadores jovens não estão aceitando ir para o mercado formal do trabalho’. Eu tenho dito várias vezes e chamado atenção: o que que os jovens não desejam? Não é somente os jovens, cada um de nós também não desejamos. É ter um chefe chato de oito horas no seu ouvido e ganhando pouco, não é? E tem chamado atenção, especialmente dos sindicatos, que a base da pirâmide salarial é muito baixa. Então, aqui também carece de um debate profundo sobre os pisos salariais nas empresas, nos segmentos, no comércio, serviço, enfim”.
Em maio, o saldo do emprego foi positivo em todos setores da economia, com destaque para a agropecuária, com alta 0,94%, e a construção civil, com 0,56%. O Nordeste teve maior variação positiva de empregos, com 0,57% de crescimento, enquanto o Sul, a menor, com 0,08% a mais do que em abril deste ano. O saldo de contração de mulheres superou o de homens: foram 78 mil novos empregos para elas, frente a quase 71 mil para eles.
No acumulado do ano, de janeiro a maio de 2025, foram criados mais de um milhão de novos empregos com carteira assinada no país.