Confederação cobra ações urgentes do governo; setor calçadista prevê queda nas vendas e risco de até 20 mil demissões
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) alertou que 77,8% das exportações brasileiras para os Estados Unidos estão sujeitas a alguma taxação adicional. Essa porcentagem considera as três tarifas impostas pelo governo norte-americano ao Brasil desde o início do ano.
A análise da CNI baseia-se nos decretos assinados por Donald Trump que estabeleceram tarifas de 10% e 40%, além de aplicarem taxas de 25% e 50% a produtos como aço, alumínio, cobre, veículos e autopeças.
Segundo o levantamento, mais da metade das exportações enfrentarão taxas de 50%. A combinação de tarifas de 10% e 40% resulta em uma taxa de 50% que afeta 41,4% da pauta exportadora.
Setores com o maior número de produtos afetados pela sobretaxa combinada de 50% incluem vestuário e acessórios (14,6%), máquinas e equipamentos (11,2%), produtos têxteis (10,4%), alimentos (9,0%), químicos (8,7%) e couro e calçados (5,7%).
A entidade defende uma resposta articulada entre governo e setor produtivo e encaminhou ao Executivo federal oito propostas emergenciais, entre elas: linha de crédito com juros reduzidos via BNDES, prorrogação do pagamento de tributos e reativação do Programa Seguro-Emprego (PSE).
Além das medidas em vigor, os EUA têm investigações em andamento que podem resultar na aplicação de tarifas adicionais a setores como aeronaves, motores, caminhões, madeira, minerais críticos, produtos farmacêuticos, semicondutores, silício policristalino e sistemas aéreos não tripulados.