O número de sinistros envolvendo motocicletas vem aumentando em todo país. Segundo dados do Atlas da Violência 2025, as motos estão envolvidas em 38,6% dos acidentes fatais no trânsito. Na Bahia, segundo a Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Trânsito), em 2024, o número de internações por acidentes com motocicletas chegou a mais de 12 mil. Para o superintendente de trânsito de Salvador, Diego Costa, o excesso de velocidade ainda é um dos principais fatores dessa crescente.
“O excesso de velocidade ainda é a principal causa de sinistros. Envolvendo em geral, não só motociclista. Mas os motociclistas, a gente percebe que são jovens de 19 a 29 anos que estão morrendo. E há uma normalização desses sinistros fatais. As mortes no trânsito não causa comoção e a gente se preocupa com isso, porque isso ainda que não terminou.
Tem mais mortes no trânsito do que em tiroteio, por exemplo, e são famílias que são perdidas. Eu conheço, por exemplo, familiares que teve parentes vitimados no trânsito, vítima fatal, que não se recuperou nunca, abalou toda a família, que normaliza, porque se tivesse uma campanha realmente assim incisiva, não só nessas datas, mas em todos os dias tivessem campanhas mesmo voltadas a conscientização, eu acho que esse número com certeza diminuiria”, afirma.
Ele lembra ainda que o aumento da frota, o crescimento do número de entregadores com pouca ou nenhuma experiência e formação inadequada também contribuem para a vulnerabilidade dos condutores.
“Isso passa na verdade por uma questão social. Após a pandemia, a gente tem dados que aumentou o número de frota de motociclistas e com a entrada dos aplicativos de entrega e dos “motoubers” também, o número de sinistro tem aumentado em decorrência disso. E às vezes a pessoa não precisa nem de CNH para adquirir o veículo.
O jovem ele completa 18 anos já pode comprar moto, aí já sai rodando, já se cadastra. Não há critério dessas empresas para adesão de novos trabalhadores. Pode ser assim se dizendo. Para você ter uma ideia do total de todos os acidentes deste ano, 76% envolveram motociclistas”, diz.
Outros fatores para o aumento de acidentes envolvendo motociclistas são falta de habilitação, desrespeito às leis de trânsito e imprudência, como dirigir alcoolizado ou usando o celular, além da não utilização de itens obrigatórios de segurança. como capacete e vestuário adequado.
O superintendente da Transalvador ressalta o constante trabalho para conscientizar os motociclistas soteropolitanos sobre os riscos do excesso de velocidade e estimular o respeito aos limites nas vias.
“Salvador tem atuado com palestras no nos locais de de de ponto de entregas deles, blitz educativas. A gente tá fazendo o curso também mensal de pilotagem segura ali no Barradão, que a gente consegue também trocar os capacidade desses motociclistas. Ensina da teoria da legislação de trânsito, fala também sobre as principais infrações que eles cometem.
Mas, infelizmente, eles também têm que reconhecer e saber que é obrigatório usar os equipamentos de segurança. Que não pode, é, ultrapassar sinal vermelho, exceder velocidade. Você educar uma pessoa que já é adulta é bem complicado, mas a gente tem tentado e tem conscientizado em todas as nossas campanhas”, explica.
Lembrando que a multa por excesso de velocidade na moto varia de R$ 130 a R$ 880, dependendo da velocidade excedida com acréscimo de 4 a 7 pontos na CNH e risco de suspensão para infração acima de 50% do limite. Já a multa por falta de capacete que configura infração gravíssima custa R$ 293,47 e resulta em 7 pontos na habilitação. Essa infração se aplica tanto ao condutor quanto ao passageiro.
