Símbolo da cultura brasileira, artista pode agora ter sua obra usada livremente; legado segue vivo em Hollywood e no Brasil
A partir desta terça-feira, 5 de agosto, a obra de Carmen Miranda entra em domínio público. Isso significa que músicas, imagens e demais criações da artista podem ser utilizadas livremente, sem necessidade de autorização. A data marca os 70 anos da morte da cantora, que, mesmo nascida em Portugal, levou o Brasil para o mundo.
Com seu visual marcante, turbantes e cores vibrantes, Carmen foi um furacão cultural. Tornou-se sinônimo de brasilidade e inspiração. Sucessos como “O que é que a baiana tem?” e “Chica Chica Boom Chic” continuam eternizados na memória coletiva e em homenagens espalhadas pelos Estados Unidos e Brasil.
Nos Estados Unidos, seu legado é preservado em museus e selos postais. O acervo de roupas e objetos da artista integra a coleção do Museu do Oscar, em Los Angeles. E bem no centro da cidade, em Hollywood, há até uma praça com seu nome: Carmen Miranda Square.
“Chegou aqui arrasando o quarteirão, com aquela exuberância e presença de palco. Foi importante no cinema, na Broadway, depois de já ter feito muito sucesso no rádio e no cinema no Brasil”, destacou o cineasta Raphael Bittencourt.
Filmes em Hollywood
Ao todo, Carmen Miranda atuou em 14 filmes em Hollywood. Foi a mulher com o maior salário dos Estados Unidos em 1945. Morou por 13 anos em uma casa em Beverly Hills, onde também se casou com David Sebastian, que se tornou seu empresário.
Na noite anterior à sua morte, Carmen participou de um programa de TV nos estúdios da CBS, onde relatou estar com falta de ar. Apesar do alerta, a situação foi vista como parte do show. Na manhã seguinte, foi encontrada morta em casa, vítima de um infarto.
O velório aconteceu na mesma igreja onde havia se casado. Carmen tinha 46 anos. Mesmo décadas após sua partida, seu legado permanece vivo em clipes, músicas, memoriais e no imaginário popular.
“Ela virou um patrimônio cultural desse país. A Carmen é mais que Carmen. A Carmen é o Brasil. A Carmen é o samba, e o samba é o Brasil por causa da Carmen.”
A entrada da obra de Carmen Miranda em domínio público permite novas homenagens, recriações e projetos. Uma nova chance de levar sua arte para outras gerações — e de manter viva a memória da “Pequena Notável”.