Celebração chega à sua 55ª edição, reunindo centenas de vaqueiros e fiéis
Um dos maiores símbolos da fé e da cultura nordestina, a tradicional Missa do Vaqueiro será realizada no dia 27 de julho, em Serrita, no Sertão de Pernambuco. A celebração chega à 55ª edição reunindo centenas de vaqueiros e fiéis na tradicional cerimônia que exalta as raízes sertanejas.
A edição deste ano será marcada por uma homenagem ao escritor e compositor Jandhuy Finizola, um dos idealizadores da Missa. O tributo será feito em forma de poesia pelo artista Antonio Marinho
A celebração também contará com a presença do Padre Antônio Maria, referência na evangelização cristã.
Durante a missa, um dos momentos mais simbólicos é o ofertório. Vaqueiros montados em seus cavalos se dirigem ao altar levando objetos de trabalho, como peitoral, chicote, chocalho e gibão. Doações em dinheiro, recolhidas em chapéus de couro, e alimentos vindos das lavouras dos próprios vaqueiros também são ofertados.
Origem
A Missa do Vaqueiro teve início em 1970, sendo idealizada pelo Padre João Câncio com apoio do Rei do Baião, Luiz Gonzaga, do poeta Pedro Bandeira e de Jandhuy Finizola. A motivação foi a morte do vaqueiro Raimundo Jacó, primo de Luiz Gonzaga, assassinado no Sítio Lages, em Serrita. A dor da perda se transformou em símbolo de resistência, fé e respeito à cultura do vaqueiro.
A canção “Rezas de Sol”, composta por Jandhuy, se tornou a trilha sonora oficial da celebração e é entoada anualmente como parte essencial da missa.
Hoje, o evento atrai não apenas moradores do sertão, mas também turistas, artistas e estudiosos da cultura popular, sendo um dos maiores encontros religiosos e culturais do Brasil.