Daniel Noboa ordenou que militares “neutralizem” os ataques das quadrilhas narco-criminosas
Homens armados com fuzis e granadas invadiram, nesta terça-feira (09), um canal de televisão no Equador ao vivo, em um dia de terror no qual o presidente Daniel Noboa declarou o país em “conflito armado interno”, ordenando aos militares “neutralizar” as quadrilhas narco-criminosas que intensificaram seus ataques.
“Assinei o decreto executivo declarando Conflito Armado Interno”, explicou o presidente na rede social X, enquanto vigora um estado de exceção por 60 dias devido a sequestros de policiais, ataques à imprensa e rebeliões em presídios.
O presidente, de 36 anos, também ordenou às Forças Armadas “executar operações militares (…) para neutralizar” cerca de 20 grupos do crime organizado, os quais identificou como “organizações terroristas e atores não estatais beligerantes”.
O decreto foi divulgado depois que homens armados e encapuzados invadiram a emissora TC Televisión, em Guayaquil (sudoeste), enquanto jornalistas transmitiam ao vivo um noticiário, provocando uma situação dramática que se estendeu por pelo menos 30 minutos até a intervenção da polícia.
“Não atirem, por favor, não atirem”, gritava uma mulher em meio a detonações no estúdio de televisão.
Antes de que fossem desligadas as luzes do set, indivíduos encapuzados foram vistos aparentemente segurando uma granada, apontando suas armas para trabalhadores e colocando o que parecia ser uma banana de dinamite no blazer de uma pessoa.
Um jornalista da TC enviou mensagens pelo WhatsApp a um repórter da AFP informando: “Por favor. Entraram para nos matar. Deus permita que isto não aconteça. Os delinquentes estão ao ar livre”.
Mais tarde, a polícia afirmou que pôs fim a ocupação do canal e prendeu 13 pessoas.
“Como resultado da intervenção na @tctelevision #GYE, nossas unidades policiais até o momento conseguiram apreender vários indivíduos e indícios vinculados ao ilícito”, informou a polícia pela plataforma X.