Medida afeta 36% dos produtos que o Brasil envia para o mercado americano, abrangendo itens como máquinas agrícolas, carnes e café
A nova sobretaxa de 50% sobre as exportações brasileiras para os Estados Unidos, determinada pelo presidente Donald Trump, começou a valer nesta quarta-feira (6). Essa tarifa afeta 36% dos produtos que o Brasil envia para o mercado americano, abrangendo itens como máquinas agrícolas, carnes e café.
O decreto que institui essa medida inclui cerca de 700 exceções, permitindo que 43% do valor das exportações brasileiras para os EUA não sejam afetados pelas novas alíquotas. Entre os produtos que escapam da sobretaxa estão derivados de petróleo e suco de laranja. No entanto, itens como aço, alumínio e autopeças enfrentam tarifas setoriais específicas
Desde abril, o Brasil já lidava com uma sobretaxa de 10%, e agora, com a nova regra, os produtos que não estão na lista de exceções terão que arcar com a alíquota de 50%, além das tarifas habituais. O etanol, por exemplo, terá uma alíquota de 52,5%.
O decreto menciona explicitamente o ministro Alexandre de Moraes e o ex-presidente Jair Bolsonaro, e a Casa Branca justifica a medida como uma forma de “enfrentar ameaças à segurança nacional, à política externa e à economia dos Estados Unidos”. Essa abordagem tem gerado preocupações sobre as relações comerciais entre os dois países.
Além das novas tarifas, Trump também anunciou que tomará uma decisão sobre sanções a nações que compram petróleo da Rússia. Essa situação pode ter repercussões para o Brasil, que atualmente importa 60% do diesel do país europeu. Em junho, o Brasil gastou R$ 2,8 bilhões na aquisição de diesel russo, o que torna a situação ainda mais delicada para a economia brasileira.