Acordo entre Israel e Hamas previa uma pausa nas hostilidades de quatro dias, mas com possibilidade de ampliação em caso de libertação de mais reféns pelo grupo terrorista
Entrou no quarto e último dia, nesta segunda-feira (27), o prazo de trégua temporária entre Israel e o Hamas para a libertação de reféns e entrada de ajuda humanitária e combustível na Faixa de Gaza. Porém, cresce a pressão para a extensão do acordo.
Desde o início da trégua, na última sexta-feira (24), três grupos de reféns israelenses e de presos palestinos em território israelense foram libertados. O Hamas se comprometeu a libertar cerca de 50 sequestrados, enquanto Israel aceitou soltar 150 palestinos.
No total, 150 pessoas já foram libertadas, entre eles: 58 reféns do Hamas (sendo 40 israelenses e 18 estrangeiros); e 117 presos palestinos.
A trégua de quatro dias no conflito foi intermediada pelo Egito e pelo Catar e prevê a libertação de 50 israelenses, incluindo mulheres e crianças, tomados como reféns em 7 de outubro, e, em troca, Israel liberta 150 prisioneiros palestinos, incluindo mulheres e adolescentes.
O Hamas anunciou em um comunicado neste domingo que está buscando estender a trégua de quatro dias com Israel, caso sejam feitos esforços sérios para aumentar o número de prisioneiros palestinos libertados.
Pressão por extensão da trégua
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse neste domingo (26) que o governo americano está trabalhando para estender a trégua de quatro dias
“Manter esta pausa nos combates para além de amanhã é o nosso objetivo – para podermos continuar a ver mais reféns saindo e a fornecer mais ajuda humanitária aos necessitados”, declarou o presidente americano.
As partes do acordo qualificaram a interrupção das hostilidades como “uma pausa humanitária”. Israel afirmou que a trégua será prorrogada por um dia a cada grupo adicional de 10 reféns libertados.
O principal responsável da política externa da União Europeia, Josep Borell, apelou por uma prorrogação de trégua. “A pausa deve ser prolongada para torná-la sustentável e duradoura, ao mesmo tempo que se trabalha para uma solução política”, declarou.
“Nada pode justificar a brutalidade indiscriminada que o Hamas desencadeou contra civis em 7 de outubro”, disse ele. “Mas um horror não pode justificar outro horror”, completou.
A agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para os refugiados palestinianos (UNRWA) afirma que houve um aumento no número de caminhões e de assistência que chegam a Gaza, incluindo para o norte, pela primeira vez desde o início da guerra. Com isso, também espera por uma prorrogação da pausa.
“Esperamos que a trégua seja estendida. Temos apelado a que essa trégua se transforme em um cessar-fogo humanitário de longo prazo”, disse Juliette Touma, diretora de comunicações da UNRWA, à emissora árabe Al Jazeera.